Brasil Procuradoria investigará presidente do Equador por fraude tributária após Pandora Papers
Oposição pretende usar 'Pandora Papers' para destituir Lasso, diz ministra do Equador
A ministra de Governo do Equador, Alexandra Vela, disse nesta terça-feira (12) que a oposição no Congresso que investigará as citações envolvendo o presidente Guillermo Lasso nos "Pandora Papers", pretende lavá-lo a um julgamento político. A Comissão de Garantias Constitucionais do Legislativo, "tem como objetivo chegar a um julgamento político contra presidente da república", disse Vela à emissora Teleamazonas. A ministra acrescentou que isso pode levar a "uma crise política" no país. Um julgamento político, segundo a legislação equatoriana, resultar na destituição de um funcionário.
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Procuradoria-Geral do Equador anunciou nesta quinta-feira (21) a abertura de uma investigação preliminar por fraude tributária contra o presidente Guillermo Lasso, após o líder da oposição, Yaku Perez, apresentar acusações ligadas à apuração jornalística Pandora Papers.
A série de reportagens publicada pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) revelou operações em paraísos fiscais de ao menos 35 líderes mundiais, Lasso entre eles.
O presidente, ex-banqueiro de direita que assumiu o comando do país em maio deste ano, controlou 14 sociedades offshore, a maioria com sede no Panamá, segundo os Pandora Papers. Offshore é um termo em inglês usado para definir uma empresa aberta em outros países, normalmente locais onde as regras tributárias são menos rígidas e não é necessário declarar o dono, a origem e o destino do dinheiro.
Oposição pede impeachment de presidente do Chile por offshore
Oposição pede impeachment de presidente do Chile por offshore Nos documentos, o mandatário aparece como dono de duas empresas offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe. O deputado Tomás Hirsch afirmou que o chefe de Estado usou “o cargo para negócios pessoais”.
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Por isso, o ex-candidato presidencial e líder indígena pediu uma investigação das finanças do atual mandatário. Perez instou investigadores a buscarem contas em nome de Lasso e seus parentes mais próximos desde 2013, quando ele era candidato à Presidência. Segundo a Procuradoria-Geral, a apuração foi aberta em 18 de outubro.
O gabinete presidencial ainda não se pronunciou, mas Lasso já havia questionado os Pandora Papers, descrevendo como "informação antiga e fora de contexto". Ele acrescentou ainda que deixou o comando das empresas mencionadas em 2017, quando concorreu à Presidência novamente.
Isso ocorreu depois que o então presidente Rafael Correa (2007-2017) aprovou uma lei, em 2017, que proibia que candidatos presidenciais tivessem empresas em paraísos fiscais.
Sebastián Piñera, o rico empresário superado por um Chile turbulento
O presidente de Chile, Sebastián Piñera, um hábil empresário e bilionário, chegou a uma encruzilhada na reta final de seu segundo governo, marcado por uma convulsão social, uma crise econômica e sanitária, e, agora, envolto em incertezas por um processo de impeachment. O caso levou o Ministério Público a abrir uma investigação criminal contra o chefe de Estado e a oposição a apresentar nesta quarta-feira (13) uma acusação constitucional contra ele, o primeiro passo de um processo de impeachment.No poder desde março de 2018, o presidente garantiu que a acusação apresentada pela oposição de centro-esquerda, que controla a Câmara dos Deputados, não tinha "nenhum fundamento".
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A Assembleia Nacional, que vive momento de embate com o presidente, também investiga as empresas mencionadas nos Pandora Papers. Lasso foi intimado por uma comissão nesta quarta (20) para apresentar explicações. Ele, no entanto, não compareceu à sessão e disse que não atenderá a outro pedido para se apresentar nesta sexta (22).
A tensão com o Legislativo se deve, em parte, ao fato de a Assembleia rejeitar debater reformas apresentadas pelo Executivo que atingem as áreas trabalhista e tributária, além de mudanças nas leis de herança e de comunicações.
Lasso atribui articulações contra ele na Casa a um "triunvirato de conspiradores": o ex-presidente Rafael Correa, seu principal rival; o influente político da democracia cristã Jaime Nebot, que chegou a apoiá-lo; o líder indígena Leonidas Iza, protagonista das revoltas de 2019.
Além disso, o presidente enfrenta uma onda de violência, com rebeliões em presídios, e ações do narcotráfico. Lasso usou essas duas justificativas nesta semana para decretar estado de exceção por 60 dias, com o Exército nas ruas com mandado para atuar na segurança pública.
Oposição chilena pede impeachment de Sebastián Piñera
Presidente do país teve nome citado nos Pandora Papers e foi acusado de conflito de interesses na venda de uma mineradora. Processo deve passar pela Câmara, que é dominada pela oposição. © Sebastian Beltran Gaete/Agencia UNO/dpa/picture alliance Sebastián Piñera está no seu segundo mandato como presidente do Chile.
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PANDORA PAPERS
A investigação do ICIJ envolveu 600 jornalistas de dezenas de veículos --como a revista piauí, no Brasil, e os jornais The Guardian e The Washington Post-- e é baseada em 11,9 milhões de documentos de 14 empresas de serviços financeiros por todo o mundo.
O Ministério Público chileno também abriu investigação contra o presidente do país, Sebastián Piñera, por um possível conflito de interesses na venda de uma mineradora que pertencia à família do atual chefe do Executivo.
O negócio envolvendo a firma Dominga foi fechado em 2010, ano em que Piñera também ocupava a Presidência do Chile. Segundo a investigação jornalística, o comprador, amigo próximo do político, exigiu que não fosse criada uma área ambiental na zona de operação da empresa, o que atrapalharia a exploração de minério na região.
Ainda conforme a apuração, a transação movimentou US$ 152 milhões (R$ 838 milhões) e foi dividida em três parcelas, sendo que a última apenas seria liberada caso não fosse estabelecida a área de proteção, requerida por ativistas.
Piñera será investigado pela prática de possível suborno e crimes fiscais, o que pode resultar, caso o presidente seja condenado, em cinco anos de prisão.
Procuradoria do Equador abre investigação prévia contra Lasso por Pandora Papers .
Procuradoria do Equador abre investigação prévia contra Lasso por Pandora Papers“Em 18 de outubro, a Procuradoria Geral do Estado abriu uma investigação prévia por suposta defraudação tributária contra o Presidente da República”, destacou a entidade em um chat de imprensa no WhatsApp.