Brasil Fapesp terá fundo de R$ 100 milhões para projetos voltados para a Amazônia
Relatório aponta que 79% do desmatamento, em 2021, aconteceu no Brasil
Imagens de satélite nos trazem uma primeira visão dos hotspots de desmatamento deste ano, totalizando mais de 860 mil hectares entre janeiro e setembro. A maior parte do desmatamento (79%) ocorreu no Brasil e se concentrou ao longo das rodovias federais, de acordo com um relatório recente do Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina (MAAP). Entre 2017 e 2020, o MAAP registrou a perda de mais de 2 milhões de hectares de florestas primárias na Amazônia Ocidental; apenas 9% do total ocorreram em áreas protegidas, destacando a importância das unidades de conservação.
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DUBAI - Governadores de dez Estados brasileiros que estarão semana que vem na Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança Climática, (COP-26) em Glasgow, anunciarão no evento um projeto batizado de Amazônia + 10. A iniciativa conjunta tem a participação de São Paulo e os nove Estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).
Os chefes dos executivos apresentarão um edital conjunto com valor mínimo de R$ 100 milhões, valor que será disponibilizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para projetos de pesquisa na região da Amazônia Legal. O anúncio foi antecipado nesta quarta -feira, 27, pela secretária de Desenvolvimento Regional de São Paulo, Patrícia Ellen, a quem a Fapesp está subordinada.
Série de vídeos mostra como a mudança no clima já afeta o Brasil
Agência FAPESP O Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) lançou uma série de vídeos curtos sobre como as mudanças climáticas estão afetando o Brasil. São cinco episódios, cada um sobre um tema específico, em que cientistas e especialistas apontam dados sobre a nossa situação atual, o que pode acontecer caso o ritmo de poluição e desmatamento continue igual e que medidas os cidadãos podem tomar para ajudar a frear o aumento das temperaturas e os desequilíbrios no nosso país.
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Segundo ela, que está em ua comitiva de secretários do governo paulista e empresários liderada pela InvestSP, braço de investimentos do governo, o valor do investimento pode ser ampliado para R$ 500 milhões com aportes da iniciativa privada. "O valor do aporte total pode mais que dobrar", diz. Os recursos serão distribuídos em quatro linhas de investimento: conservação da Biodiversidade, proteção de Populações e Comunidades Tradicionais, desafios urbanos na Amazônia Legal e Bioeconomia como Política de Desenvolvimento Econômico.
"O objetivo é promover o ecossistema de ciência e tecnologia da Amazônia Legal, por isso a inscrição no edital estará vinculada à participação de pelo menos um pesquisador ou instituto da região. O anúncio da COP é uma oportunidade para atrair potenciais financiadores internacionais interessados na preservação e no desenvolvimento sustentável da Região Amazônica que queiram se juntar a este esforço de pesquisa", disse a secretária, que fez o anúncio em uma coletiva ao lado do governador João Doria (PSDB) e o presidente da InvestSP, Gustavo Junqueira.
Carlos Nobre: “O desafio brasileiro vai além da Amazônia. Não dá mais para jogar para o futuro”
Cientista afirma que o país chega à COP26 como uma grande preocupação global e que precisa apresentar metas mais ambiciosas caso queira recuperar credibilidadeNobre considera insuficiente a proposta do vice-presidente Hamilton Mourão, presidente do Conselho da Amazônia, de antecipar em dois ou três anos o fim do desmatamento ilegal —antes previsto para 2030. Até porque, explica Nobre, existe uma “indústria da legalização do crime ambiental”, isto é, o desmatamento ilegal pode, amanhã, acaba sendo legalizado pelo Congresso, como ocorreu outras vezes.
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Com esse gesto, São Paulo tenta marcar posição em relação ao governo Jair Bolsonaro, que vem sendo criticado no exterior por sua falta de políticas para defender a Amazônia. O Brasil foi o país que mais regrediu em suas ambições de reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) entre as nações do G-20, aponta um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta terça-feira, 26. Publicado a poucos dias da Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, o documento destaca ainda que as promessas climáticas para 2030 colocam o mundo no caminho de aumento de temperatura de pelo menos 2,7ºC neste século.
*O repórter viajou a convite da Invest SP
Desmatamento verde .
Por Tiago Jokura em Revista Pesquisa FAPESP - A produção de açaí impacta negativamente a biodiversidade amazônica e os chamados serviços ecossistêmicos oferecidos pela floresta de várzea, como a retenção de carbono e a regulação do clima. De acordo com um estudo publicado em julho de 2021 no periódico científico Biological Conservation, o aumento da quantidade de palmeiras de açaí (Euterpe oleracea), por meio do manejo florestal, tem causado a diminuição do número de espécies vegetais nas várzeas, áreas alagáveis das margens dos rios.